entre a cruz e a espada eu me reeinvento pra mudar o fim desse episódio!

a construção da obra pautada em retomada de auto estima e aprendizado entre as pausas...

PHINEA$

PHINEA$

Criado em: 11/06/2025

Conheci o Karmo em alguns rolês e por meio de parceiros que fazem arte em comum. Sempre vi ele como um mano mais quieto, na dele. Trombamos algumas vezes em estúdio até que eu dei o salve pra gente construir algo. Às vezes era só questão de alinhar o momento. Karmo topou, selecionou os beats, e quando a gente precisou falar algumas coisas... simplesmente saiu. Foi natural — como a construção do EP.


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Sobre “Tempestade”

O instrumental me remetia à sensação de mudança. E de fato, eu precisava mudar: hábitos, me reconectar, retomar o controle, elevar a autoestima, voltar a ter vontade. Pontos que foram se perdendo com o tempo.  

O que temos feito pra nos conduzir até o lugar de sol, tempo aberto?

Como sair da tempestade?


Sobre a faixa "Jardim"

Eu morava numa rua que era uma descida; minha casa ficava meio que no alto, de frente pra uma praça gigante. Lembro de escutar o beat andando de cômodo em cômodo, até que parei, olhei pela janela, e veio a primeira frase:  

“Eu vejo o vento batendo nas folhas, sou responsável, vou cuidar do jardim..."

Leio essas linhas e olho pra mesma praça novamente. Vejo que ela não estava bem cuidada. Estava abandonada. E me pergunto: como algo com tanto potencial de ser imensamente lindo pode acabar ruindo assim? 

Minha perspectiva foi: preciso cuidar dos aspectos que são importantes pra mim. E pensei: o que estamos fazendo pra cuidar do nosso jardim?


Sobre “Hiato”

Lembro que precisamos de calma. Transições levam tempo. Viver não tem receita. Correções na rota são necessárias — e bem-vindas. O hiato não tem apenas pontos negativos.

O instrumental me conduziu a olhar pra trás. E só uma frase da minha mãe veio na cabeça:  

“Eu crio filho pro mundo...”

Me deparei comigo mesmo, olhei ao redor. Mais um dia sozinho em casa, várias neuroses, umas contas, problema no trampo... Não é que eu tô no mundo mesmo? Ela fez certinho.  

E assim escrevi Hiato. Eu já sentia que estava próximo de um momento como esse, mas dessa vez, com aprendizado.


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Tento ser sutil, mas abordar temas que importam no dia a dia de qualquer irmão de vinte e poucos anos que não é herdeiro, que trampa o dia inteiro e corre atrás do seu.


Falo sobre como arquitetar um plano, como limpar conexões, lidar com o tempo ruim, sobre momentos importantes na relação com alguém que a gente gosta...  

Percebi que além do meu jardim existem outros — outras pessoas, outras concepções. E que o exato momento pode dar significados diferentes a um único assunto.


A faixa-tema do EP, com a participação de Sadiki, retrata exatamente isso.


Neste mês de junho, esse trabalho tá na rua.  

Um salve sincero a todos os envolvidos.  

E aguardem no seu radinho..